Texto de Edgar Morin, estraído do livro: Para Navegar no século XXI, Tecnologias do Imaginário e Cibercultura - 3ª Ed. Porto Alegre - Edipucrs/Sulina,2003 - Coleção Comunicação.
Eu tentei dissecar o meu entendimento de texto através da ótica de "que não podemos conhecer o todo se não conhecermos as partes, e não podemos conhecer as partes se não conhecermos o todo". É uma frase marcante durante todo o texto e que vai dar sentido as minhas explanações(espero). A educação é fragmentada não permitindo que nós possamos ter uma visão mais completa do todo que nos cerca, mas eu me pergunto com a expansão de avanços tecnológicos e de evolução dos diversos campos do conhecimento podemos hoje dominar várias áreas do saber? Mas, talvez dominar não seja o termo mais correto, mas podemos ter um conhecimento mais universalizado, visto quer o modelo educacional é dividido em disciplinas que não mostram transversalidades entre si. O modelo ocidental reducionista acha que estudar as partes separadas é a resposta para todos os problemas sem levar em consideração a interação existente entre as partes que geram novas formas de experiências, mutações totalmente desvinculadas e diversificadas das formas que lhe deram origem. É preciso estudar as singularidades, mas sem esqucer que essas juntas são produtoras de novas formas de culturas diferentemente das até então vistas. Fomos moldados em uma concepção pensamento cartesiano onde ação e reação dominam a nossa mente, e esquecemos que pelo princípio da circularidade fazemos parte do sistema e o sistema somos nós imersos em um ciclo. Para ser mais breve a parte no texto em que o universo e a vida originaram-se de convulsões, e que de algumas vertentes que nem sequer eram as dominantes surgiram os movimentos sociais, políticos, religiosos, etc.. que vieram modificar a face do mundo pra mim tem a ver com a teoria do caos. A imprevisibilidade, a incerteza das coisas no mundo que o homem era considerado o soberano, o dominador e senhor absoluto assim ele achava. É mostrado que não é bem assim, a única certeza com a qual podemos conviver é com a existência da incerteza em nossas vidas. As coisas não mudam somente porque o homem quer, é possível que fatores externos que fujam ao nosso controle ofereçam n caminhos a serem seguidos, e a qualquer que seja a escolha infinitas possibilidades surgirão para modificar o rumo da história. Dentre os princípios pude perceber que todos são formados por pensamentos abrangentes que visam não complementar, nem se estabelecer como oposição, mas sim mostrar novas estruturas de pensamento a serem seguidas para uma maior expansão da nossa racionalidade. Conhece os limites, e em certos casos deve transgredi-los, e não seguir um manual de instruções repetitivo. Não é dividir o conhecimento, e sim somar, multiplicar.
A universidade ao se tornar laica permite a libertação do pensamento de maneira que o livre arbitrio passa a ser elemento de criação sem medo de retalização e condenação por partes de autoridades. É preciso uma mudança de pensamento de educadores, estudantes, sociedade em geral ampliando a capacidade de contextualização e globalizar, entender o sentido que um elemento parcelado tem em relação ao todo, como funciona, como está interligado, e não apenas de maneira parcelada sem noção da sua ligação com o corpo todo.
Um comentário:
Gostei de tuas reflexões Paulo. Dada a complexidade da sociedade contemporânea, é impossível uma compreensão substantiva a partir de um pensamento simplificador. Cabe a nós, professores, desenvolvermos perspectivas analíticas mais complexas, de forma a poder também trabalhar com elas quando em sala de aula interagindo com nossos alunos. Só assim estaremos preparando nossos jovens para viver a contemporaneidade.
um abraço
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